quarta-feira, 18 de abril de 2007

Retrospectiva - janeiro de 2007

Prateleiras vazias revelam a decadência da Cesta do Povo

Cinco dias após a posse do Governador Jaques Wagner (PT), foi publicada, no Diário Oficial da Bahia, uma nota sobre a dívida de R$ 620 milhões encontrada no Estado com destaque para a crise da Empresa Baiana de Alimentos (Ebal), que na avaliação do governador, "se fosse uma empresa privada, já estaria falida". Dois dias depois, o assunto ocupou a capa e duas páginas internas do A Tarde revelando, em contraponto com o faturamento de R$ 41 milhões mensais de anos atrás, a "falência" da empresa que acumulava débitos na ordem de R$ 300 milhões, prejuízo mensal de R$ 8 milhões, além dos estoques baixos nas lojas e centrais de distribuição.

Completa, a matéria abordou os dados parciais da auditoria da Ebal, o recadastramento dos fornecedores, a incerteza que pairava sobre eles e a reação dos consumidores diante das prateleiras vazias. A reportagem retratou também que, em meio a toda a crise, as cinco lojas do município de Feira de Santana eram exceções e estavam abastecidas e atendendo o público normalmente. Apesar da situação de crise, a matéria informou que a Cesta do Povo iria continuar aberta, ao menos até o governo decidir o que fazer com o programa.

No dia 09 de janeiro, o A Tarde publicou que Reub Celestino havia assumido o comando da Ebal com a missão de "salvar a Cesta do Povo". Segundo a matéria, Reub Celestino reconheceu que a situação da rede, considerada a 5ª maior do Brasil, era extremamente delicada. Passados 11 dias, uma nota informa que a Ebal iria restringir o cadastro dos fornecedores às indústrias para eliminar atravessadores e conseguir melhores preços na tentativa de manter as lojas funcionando.

No domingo (21/01), o assunto atravessou as fronteiras do Estado ao ser divulgado pelo jornal O Globo. Em matéria sobre a situação em que os governos dos estados do nordeste foram encontrados, o jornal cita que a situação da Bahia era grave, tendo a crise da Ebal como o caso mais dramático.

Na terça-feira (23/01) foi divulgada, no A Tarde, a notícia dos primeiros fechamentos de lojas da rede por tempo indeterminado e a precariedade das lojas de Vitória da Conquista que funcionavam sem, ao menos, os produtos da cesta básica nas prateleiras. Até o momento da publicação, apenas as duas lojas do município de Eunápolis haviam sido fechadas. Na manhã seguinte, o A Tarde leva aos baianos a notícia da demissão de 1.200 funcionários da Cesta do Povo e a proposta de revitalização da rede que abrange intervenções físicas nas lojas para transformá-las em centros populares de multi-funcionalidade com a integração de serviços de farmácia e unidades bancárias. A notícia divulgou também que algumas lojas poderão ser excluídas nesse processo.

Quanto aos fornecedores, o jornal informou que segundo o secretário da Indústria e Comércio, Rafael Amoedo, o pagamento do acordo feito pela gestão anterior só seria realizado após a conclusão da auditoria da Ebal, prevista para encerrar no prazo de 30 dias.

A matéria do dia 24 encerra com a informação da queima de estoque nas lojas da Cesta do Povo do Ogunjá e Rio Vermelho ocorrida no dia anterior. De acordo com a informação era uma estratégia da Ebal para vender os produtos das outras lojas concentrando-os nas unidades de maior fluxo de compradores o que evidenciou ainda mais a decadência da rede. No que se refere às demais lojas, a posição da presidência da Ebal foi de manter as portas abertas mesmo sem produtos e com poucos funcionários para que "a população visse como a Ebal foi entregue".

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